quarta-feira, 22 de junho de 2016


Humanismo



O humanismo foi uma época de transição entre a Idade Média e o Renascimento.
Como o próprio nome já diz, o ser humano passou a ser valorizado.
Foi nessa época que surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses não eram nem servos e nem comerciantes.
Com o aparecimento desta nova classe social foram aparecendo as cidades e muitos homens que moravam no campo se mudaram para morar nestas cidades, como conseqüência o regime feudal de servidão desapareceu.
Foram criadas novas leis e o poder parou nas mãos daqueles que, apesar de não serem nobres, eram ricos.
O “status” econômico passou a ser muito valorizado, muito mais do que o título de nobreza.
As Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança de sua capacidade e vontade de conhecer e descobrir várias coisas. A religião começou a decair (mas não desapareceu) e o teocentrismo deu lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro de tudo e não mais Deus.
Os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas.
É bom ressaltar que todas essas mudanças não ocorreram do dia para a noite.
HUMANISMO = TEOCENTRISMO X ANTROPOCENTRISMO
Algumas manifestações
- Teatro
O teatro foi a manifestação literária onde ficavam mais claras as características desse período.
Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, ele escreveu mais de 40 peças.
Sua obra pode ser dividida em 2 blocos:
Autos: peças teatrais cujo assunto principal é a religião.
“Auto da alma” e “Trilogia das barcas” são alguns exemplos.
Farsas: peças cômicas curtas. Enredo baseado no cotidiano.
Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?” são alguns exemplos.
Poesia
Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época.
O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros.
Prosa
Crônicas: registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos.
Fernão Lopes foi o mais importante cronista(historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância era, anteriormente atribuída somente à nobreza.
Obras
“Crônica d’El-Rei D. Pedro”
“Crônica d’El-Rei D. Fernando”
“Crônica d’El-Rei D. João I”

O Auto da Barca do Inferno (Gil Vicente) - Teatro - Grupo Botija



Fontes:

 http://www.infoescola.com/literatura/humanismo/

https://www.youtube.com/watch?v=yL9s1Ymp5sg

 

Poesia Palaciana

                                       Poesia Palaciana

No século XV, durante o reinado de D. Afonso V, rei de Portugal, a poesia se desvinculou do canto e da dança e passou a ser elaborada com um grau de formalidade que lhe concedia ritmo, musicalidade e métrica bem acentuados. Recebe o nome de poesia palaciana, pois os textos eram criados e declamados nos palácios, a fim de entreter a nobreza.
 Sabe-se que a poesia palaciana era feita para ser declamada ou lida individualmente, enquanto que no Trovadorismo a poesia era feita para ser cantada e dependia de um acompanhamento musical. Essa peculiaridade deixa bem evidente a separação entre poesia e música.
 As cantigas trovadorescas eram ricas e diversas quanto à métrica, já a poesia palaciana era metódica em adotar versos rendondilhos maiores (sete sílabas métricas) e menores (cinco sílabas métricas). Para alcançar ritmo e expressividade, a poesia palaciana tem um mote e a partir dele desenvolve uma glosa.
 Garcia de Resende, poeta português, reuniu aproximadamente mil poemas palacianos na obra Cancioneiro geral, publicada em 1516. Conheça alguns poemas retirados da obra de Garcia de Resende:

 Meu amor, tanto vos quero,
que deseja  coração
mil coisas contra a razão.
Porque se não vos quisesse,
como poderia ter
desejo eu me viesse
do que nunca pode ser.
Mas com tanto desespero,
tenho em mim tanta afeição
que deseja o coração.
Aires Teles

Meu amor, tanto vos amo,
que meu desejo não ousa
desejar nenhuma cousa.
Porque, se a desejasse,
logo a esperaria,
e se eu esperasse,
sei que a vós anojaria,
mil vezes a morte chamo
e meu desejo não ousa
desejar-me outra cousa.
Conde Vimioso



A poesia palaciana é marcada por ambiguidades, conotação, aliteração e jogo de palavras. Inerente às produções humanistas, foi pouco popular em sua época de criação, mas é importante para o estudo e a história da literatura, pois seu valor literário é inquestionável e sua análise possibilita conhecer o comportamento artístico e a cultura durante diversos reinados.

Referência:http://www.coladaweb.com/literatura/a-poesia-palaciana

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Novelas de Cavalaria

Novelas de Cavalaria
A época do Trovadorismo foi caracterizada pela presença das novelas ou romances de cavalaria. As novelas surgiram na Inglaterra ou na França , através da transformação sofrida pelas canções de poesias, que foram prosificadas. As canções de gesta passaram a ser tão extensas que se tornou difícil de memorizá-las, passando assim a serem escritas em prosa, e deixando de ser cantadas para serem lidas.
   Por definição, novelas de cavalaria são narrativas literárias em capítulos que contam os grandes feitos de um herói, mesclados a emocionantes histórias de amor. Nestas histórias de amor, ao contrário do que se relatava nas cantigas, o herói não se contenta somente em ver e contemplar a amada, mas exige ser correspondido e concretizar este amor. Aborda também o chamado “Amor Cortês”, que retrata histórias de amor proibidas, nas quais o casal não tem final feliz e é severamente punido pelo pecado cometido.
   As novelas de cavalaria eram tipicamente medievais, histórias com temas guerreiros, e chegaram a Portugal no séc. XIII, circulando entre os fidalgos e a realeza. Eram traduzidas do francês, e portanto, naturalmente modificadas para adequá-las à realidade histórica e cultural de Portugal. A princípio, portanto, não havia novelas de cavalaria que fossem autenticamente portuguesas, todas tinham heranças do francês.

A matéria destas novelas foi, convencionalmente, dividida em três ciclos:
  1. O ciclo bretão ou arturiano: tinha como figuras centrais o Rei Artur e seus cavaleiros da távola redonda.
  2. O ciclo carolíngio: histórias giravam em torno de Carlos Magno e dos doze pares de França.
  3. O ciclo clássico: as novelas abordavam temas Greco-latinos.

    Autores de Novelas de Cavalaria e suas obras

Marion Zimmer Bradley: As Brumas de Avalon; Os Ancestrais de Avalon; Os Corvos de Avalon; A Senhora de Avalon; A Sacerdotisa de Avalon; Merlin, o Assassino de Arthur Falso; Excalibur Falso; O Coração de Avalon; O Regresso de Avalon; O Regresso do Rei Arthur.
T. H. White: O Único e Eterno Rei: A Espada na Pedra; A Rainha do Ar e das Sombras; O Cavaleiro Imperfeito; A Chama ao
Bernard Cornwell: As Crônicas do Rei Arthur: O Rei do Inverno; O Inimigo de Deus; Excalibur; A Busca do Graal: O Arqueiro; O Andarilho; O Herege; 1356; As Crônicas Saxônicas: O Último Reino; O Cavaleiro da Morte; A Canção da Espada.
Vento; O Livro de Merlin.
Thomas Malory: Le Morte d’Arthur; Ciclo Arturiano; Tristão e Isolda.
João de Lobeira: Amadis de Gaula.
Francisco de Moraes Cabral: Palmeirim de Inglaterra.
A Canção de Rolando: Autor desconhecido.
Miguel de Cervantes: O engenhoso fidalgo dom Quixote de La Mancha.

         Literatura Medieval: As novelas de cavalaria

 
Fontes:
http://www.infopedia.pt/$novela-de-cavalaria
http://lerliteratura.blogspot.com.br/2010/03/prosa-medieval-novelas-de-cavalaria.html
http://www.lendo.org/novelas-de-cavalaria/
http://www.zun.com.br/as-novelas-de-cavalaria-na-idade-media/
http://ler.literaturas.pro.br/index.jsp?conteudo=384
http://pt.wikipedia.org/wiki/Romance_de_cavalaria
http://www.youtube.com/watch?v=nDC5Ex15WnU